Do passado ao presente
E o homem criou a vacina…
O acervo bibliográfico da Biblioteca-CDI da FMUL inclui as valiosíssimas colecções de livro antigo (séculos XV a XIX), que figuram entre as mais importantes dentro do género no nosso país. Provêm das extintas livrarias conventuais, da Régia Escola de Cirurgia, depois Escola Médico-cirúrgica de Lisboa, antecessoras da Faculdade de Medicina de Lisboa.
Nesta nova rubrica, iremos destacar algumas obras deste núcleo, dando a conhecer este património único e inestimável que nos é comum.
Edward Jenner, 1749-1823
Indagaçaõ sobre as causas, e effeitos das bexigas de vacca... / por Eduardo Jenner; traduzida do original Inglez por ... J. A. M. - Lisboa : na Regia Officina Typographica, 1803. - 137, [12] p., [4] f. il., [1] tab. desdobr. : il., tab. ; 23 cm. - Com 4 estampas coloridas, 1 tabela desdobrável
Cota da Biblioteca-CDI da FMUL: RES. 2224
O inglês Thomas Babington Macaulay (1800-1859) ter-se-á referido à varíola (causada por uma de duas estirpes do vírus, variola major e variola minor) como «o mais terrível dos ministros da morte». A metáfora ilustra bem a reputação da doença, erradicada apenas nas últimas décadas do século XX.
Foi para esta doença que se logrou criar a primeira de todas as vacinas. Pensa-se que terá sido Benjamin Jesty, um agricultor de Dorset, Reino Unido, a fabricá-la. Decidiu este, em 1774, inocular a sua mulher e os dois filhos, imunizando-os contra a enfermidade conhecida entre os ingleses como «small-pox».
Não é, no entanto, a Jesty que se atribui a criação desta primeira vacina, mas a Edward Jenner, médico inglês, que realizou a sua primeira inoculação anos mais tarde e que viria, no entanto, a reclamar para si a totalidade dos créditos.
A edição aqui apresentada é uma tradução portuguesa, publicada em Lisboa em 1803.
Edward Janner, Dibner Library of the History of Science and Technology
Excerto da dedicatória de Jenner ao Rei de Inglaterra.
Uma caricatura de 1802 de James Gillray (Wikipédia) mostra-nos o medo que os pacientes tinham de serem vacinados. Veja-se a legenda: "The Cow Pock - or- the wonderful effects of the new inoculation!". Mutatis mutandis, assistimos hoje a um recrudescimento de alguns desses medos, cientificamente infundamentados.
André Rodrigues
Área de Biblioteca e Informação
andresilva@medicina.ulisboa.pt
Nesta nova rubrica, iremos destacar algumas obras deste núcleo, dando a conhecer este património único e inestimável que nos é comum.
E o homem criou a vacina…
Edward Jenner, 1749-1823
Indagaçaõ sobre as causas, e effeitos das bexigas de vacca... / por Eduardo Jenner; traduzida do original Inglez por ... J. A. M. - Lisboa : na Regia Officina Typographica, 1803. - 137, [12] p., [4] f. il., [1] tab. desdobr. : il., tab. ; 23 cm. - Com 4 estampas coloridas, 1 tabela desdobrável
Cota da Biblioteca-CDI da FMUL: RES. 2224
O inglês Thomas Babington Macaulay (1800-1859) ter-se-á referido à varíola (causada por uma de duas estirpes do vírus, variola major e variola minor) como «o mais terrível dos ministros da morte». A metáfora ilustra bem a reputação da doença, erradicada apenas nas últimas décadas do século XX.
Foi para esta doença que se logrou criar a primeira de todas as vacinas. Pensa-se que terá sido Benjamin Jesty, um agricultor de Dorset, Reino Unido, a fabricá-la. Decidiu este, em 1774, inocular a sua mulher e os dois filhos, imunizando-os contra a enfermidade conhecida entre os ingleses como «small-pox».
Não é, no entanto, a Jesty que se atribui a criação desta primeira vacina, mas a Edward Jenner, médico inglês, que realizou a sua primeira inoculação anos mais tarde e que viria, no entanto, a reclamar para si a totalidade dos créditos.
A edição aqui apresentada é uma tradução portuguesa, publicada em Lisboa em 1803.
Edward Janner, Dibner Library of the History of Science and Technology
Excerto da dedicatória de Jenner ao Rei de Inglaterra.
Uma caricatura de 1802 de James Gillray (Wikipédia) mostra-nos o medo que os pacientes tinham de serem vacinados. Veja-se a legenda: "The Cow Pock - or- the wonderful effects of the new inoculation!". Mutatis mutandis, assistimos hoje a um recrudescimento de alguns desses medos, cientificamente infundamentados.
André Rodrigues
Área de Biblioteca e Informação
andresilva@medicina.ulisboa.pt