Depois de um agosto em que o turismo ganhou fôlego no interior do país, num verão marcado pelo drama dos incêndios florestais, a propaganda russa com a garantia de uma vacina contra a covid-19 já no início do próximo ano, a explosão que devastou Beirute, transformando a capital do Líbano em cinzas, os surtos de covid-19 nos lares portugueses e a discussão sobre a gestão da pandemia entre a população mais vulnerável, e em que soaram os alarmes com os primeiros casos de reinfeção, assistindo-se a uma onda de protestos contra as restrições impostas para evitar o contágio na Europa, eis que chegamos ao mês de todos os recomeços.
Setembro foi tempo de regressar à normalidade que a pandemia interrompeu. Os alunos voltaram às aulas presenciais e muitos portugueses abandonaram o teletrabalho, picando o ponto, muitos de forma literal, nos seus locais de trabalho habituais. Regressámos ao estado de contingência com algumas restrições e aposta na prevenção, porque o vírus continua connosco e o risco é mais real do que nunca num momento de reencontros e de grande mobilidade das populações, em que as manchetes dos jornais e o debate público se fizeram em torno do aumento do número de casos diários de covid-19.
Num mês em que se realizou (envolto em polémica e protestos) um dos eventos mais controversos até ao momento (a Festa do Avante) e se propagou a utilização da aplicação de rastreio Stayaway Covid, iniciámos setembro com os estudantes em destaque. Partilhámos a visão do atual Presidente da Associação de Estudantes da FMUL, José Rodrigues, sobre o arranque do novo ano letivo, os desafios do confinamento e de que forma se mobilizaram os nossos estudantes, para um maior contributo no combate ao novo coronavírus.
E no mês de sensibilização para a distonia, atentamos nos esclarecimentos do Professor Joaquim Ferreira sobre uma doença neurológica que, apesar de rara, afeta milhares de portugueses.
Avançamos n’“A tempestade perfeita – quando a COVID-19 coincidir com a época gripal”, numa pertinente análise do Professor Francisco Antunes.
Aplaudimos ainda, a distinção da Professora Maria do Carmo Fonseca na campanha europeia #EUwomen4future e divulgámos o Painel Serológico Nacional, promovido pelo Instituto de Medicina Molecular num novo estudo que abrange 12 mil pessoas, com a avaliação mais completa até ao momento realizada, sobre a prevalência da infeção por covid-19 em Portugal.
Contestámos aquela que consideramos ser uma decisão “infeliz” e com sérias consequências na qualidade da Medicina em Portugal após a acreditação do primeiro curso de Medicina numa universidade privada e compreendemos que os “bons resultados” só o são quando há um trabalho cooperante entre Saúde e Economia, numa incisiva análise do Professor Fausto Pinto à situação epidemiológica em Portugal.
E no mês em que ultrapassamos a barreira dos 60 mil infetados no nosso país, procuramos explicações para o aumento do contágio com os esclarecimentos do Professor Miguel Castanho, que dissecou também os grandes desafios da investigação científica em tempo de pandemia.
Prosseguimos com a investigação na área das Ciências Biomédicas, orgulhosos da distinção dos projetos das Professoras Luísa Figueiredo e Carmo Fonseca, e discutimos a importância do diagnóstico e intervenção precoces das doenças de foro alérgico com o Professor Manuel Branco Ferreira.
Partilhámos a opinião do Professor Diogo Ayres de Campos sobre as grávidas com covid-19, num apelo à melhoria constante das condições de atendimento do serviço público.
Congratulámos Luís Pedro Monteiro, médico interno de hematologia clínica e doutorando do LisbonBioMed, pela conquista da Bolsa de Investigação em Leucemia Linfocítica Aguda.
E porque a informação é, sem dúvida, a melhor aliada em tempos adversos como os que enfrentamos atualmente, esclarecemos todas as questões sobre as aulas na FMUL em tempo de pandemia.
A prevenção prossegue no topo da lista de prioridades da nossa instituição, pelo que anunciámos uma 2ª fase de testes de diagnóstico para a infeção por SARS-CoV-2, bem como um Programa de Vacinação Contra a Gripe, dirigido à comunidade não clínica e a todos os estudantes inscritos nos vários níveis de ensino.
Em setembro assinalámos também, o primeiro aniversário do novo site da Faculdade numa nova edição da FMUL em Números e apresentámos a Consulta Pública do Projeto de Regulamento de Funcionamento do Edifício Reynaldo dos Santos, onde criamos o futuro da Medicina e revolucionamos o ensino médico, inovando na excelência e na modernidade ao mais alto nível.
Debatemos a fiabilidade dos testes rápidos e apelámos à cautela na escolha e aplicação dos mesmos no rastreio da covid-19, com os esclarecimentos do Professor Thomas Hanscheid.
Rendemo-nos à evidência da Ciência e revelamos alguns mitos e factos da pandemia, num rigoroso e elucidativo comentário do Prof. António Vaz Carneiro.
Mantemo-nos na linha da frente do conhecimento e abrimos mais um Curso Pós-Graduado de Atualização, que pretende ser uma fonte de informações atualizadas sobre os diversos aspetos da infeção por SARS-CoV-2 e COVID-19.
Destacámos ainda aquele que é o ponto de encontro privilegiado entre estudantes, investigadores, clínicos e professores, iniciando a contagem decrescente para a 7ª edição do Beyond MEd, o Congresso de Educação Médica da FMUL, que estabelece novas pontes com o Mundo e que promete ser revelação especial neste ano, em que nos juntamos digitalmente.
E porque não devemos descurar a Saúde do nosso Coração, reforçamos a aposta na prevenção e celebrámos o Dia Mundial do Coração com uma mensagem muito especial da Equipa de Reabilitação Cardiovascular do Programa do CHULN/FMUL/CRECUL.
Mesmo diante de períodos de maior adversidade, permanecemos unidos, pois apenas juntos conseguiremos alcançar os próximos patamares do sucesso e consolidar um novo Mundo, que agora começa!
Sofia Tavares
Equipa Editorial