Miguel Castanho, na Sic Notícias, sobre a vacina contra a covid-19
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senhor de camisa em skype

 

Entrevistado pela Sic Notícias, o Professor da Faculdade de Medicina, Miguel Castanho, quando questionado sobre as vacinas atualmente em fase de ensaios e que fazem parte de acordos com UE, se haverão “certezas sobre a capacidade de criar anticorpos”, refere que nos estudos preliminares comprovou-se que o corpo humano produzia anticorpos. Referiu, no entanto, que “estes estudos preliminares são feitos numa subpopulação que é muito peculiar, porque são indivíduos saudáveis (...), entre os 18 e os 55 anos” e que “não estiveram efetivamente expostos ao vírus, porque há uma diferença entre produzir anticorpos, e esses anticorpos serem em quantidade suficiente, e serem de tipo correto para virem proteger da doença caso haja exposição ao vírus.”

A despistagem feita na primeira fase é apenas relativa aos efeitos secundários mais graves e “ainda não disse nada sobre a eficácia destas vacinas, numa exposição real ao vírus”.

Segundo Miguel Castanho “as vacinas precisam, sobretudo de proteger a população mais frágil e mais suscetível à covid19”, relembra que “essas pessoas não fizeram parte do 1º grupo de estudo”, considerando ser necessário “conservar um certo ceticismo” porque os verdadeiros resultados ainda estão para vir.

Na opinião do Professor, “dificilmente haverá uma vacina antes do final do próximo ano (...), mais que isso é preciso termos em atenção que produzir uma vacina não é assim tão fácil. (...) O problema da produção em massa da vacina, vai acrescer ao problema da sua distribuição em massa".

Alertou ainda para o risco da produção da vacina “antes de termos o conhecimento real dos testes que contam”.

Segundo Miguel Castanho, as vacinas desenvolvidas pela Rússia e por Oxford, utilizam a “mesma tecnologia”, “o mesmo princípio de fabricação”, o que as separa prende-se com o facto de os resultados da 1ª fase da vacina de Oxford terem sido publicados, ao contrário do estudo Russo.

Na opinião do Professor, as primeiras doses de vacina deverão ser administradas: às pessoas mais expostas aos “efeitos adversos da doença”, às de maior idade; depois aos profissionais de saúde, a todos os que estejam na linha da frente no combate à doença; também às pessoas que trabalhem nos setores de economia que não podem parar, como as forças de segurança; e administradas também às crianças, se se confirmar que são veículos de transmissão e para que estas não “percam a sua infância social”. Mas é necessário ter em consideração que na 1ª fase desta vacina, não fizeram parte do estudo os idosos nem as crianças.

Perante a questão de estarmos perto de alcançar a imunidade de grupo, por via desta nova vacina, Miguel Castanho alertou para o facto de o número de doses poder não corresponder ao número de pessoas vacinadas, pois não se sabe se esta vacina é de uma única toma, também se desconhece o tempo de imunidade conferido pela toma da vacina.

A explicação de Miguel Castanho pode ser revista, aqui.