Fundação Professor Francisco Pulido Valente atribui prémio de Ensino na FMUL
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dois homens em pé

Realizou-se hoje, 19 de maio, a cerimónia de entrega do Prémio de Ensino Francisco Pulido Valente. Este ano o aluno distinguido foi Carlos André Justino Fernandes, que foi quem obteve a nota mais elevada no Módulo V.II de Medicina interna do MIM no ano letivo 2020/21. O evento contou com a presença do Professor Sobrinho Simões que falou sobre o papel da inflamação na saúde e na doença bem como uma nota introdutória do papel da Fundação e quais os valores que defende e representa.

 

A cerimónia realizou-se na Aula Magna da FMUL e contou com uma breve apresentação sobre a Fundação e os valores pela qual se pauta, na voz do seu representante Rui Pulido Valente.

mesa com convidados

O prémio de Ensino foi atribuído pela primeira vez em 1993 e esta instituição é igualmente responsável pela atribuição do Prémio Monjardino, que distingue investigadores na área da ciência e que foi atribuído pela primeira vez em 2015. 

Como de costume, nesta cerimónia há sempre um orador convidado. Este ano coube a Sobrinho Simões, a tarefa de partilhar informação e conhecimento. Nome que dispensa apresentações, é reconhecido como patologista com especialidade no cancro. Veio do Porto e trouxe para discussão o tema “A Inflamação: da saúde à doença.”

 

senhor de cabelo branco

 

“A Inflamação: da saúde à doença.”

 

Se calhar nunca tínhamos pensado na inflamação como uma coisa positiva, mas depois de ouvirmos as palavras do Professor Sobrinho Simões, ficamos com a sensação que a esse estado de enfermidade devemos a nossa permanência enquanto espécie e também a nossa evolução. A capacidade que o nosso organismo tem de se adaptar aos microrganismos e às bactérias que nos rodeiam e que nos invadem de várias formas, e que causam ligeiras inflamações, é o que nos permite evoluir e garantir a presença na terra; “Somos o resultado de uma adaptação com milhares de anos,” garantiu.  E a prova de que o meio que nos rodeia tem influência no que nos tornámos, é que “temos ADN com origem nos vírus, e o que caracteriza esta incorporação é a inflamação.”

A doença manifesta-se sempre numa pessoa, num contexto e num tempo. Estas são as 3 premissas que permitem ou não a evolução de uma inflamação. O cancro é um exemplo. Com o tempo, apareceram mais patologias ligadas a inflamações crónicas, mas as pessoas não vão morrer dessas doenças.

 

O papel do microbioma na saúde e na doença

 

 O microbioma refere-se ao conjunto de microrganismo que estão presentes no nosso organismo, uns são patogénicos, outros não e, estes, influenciam a capacidade do nosso corpo em reagir e em lidar com elementos exteriores. Se um vírus nos causar uma doença grave, podemos morrer, mas se formos capazes de lidar e criar anticorpos, sobrevivemos. Para essa luta pela sobrevivência ser bem-sucedida, descobriu-se que o microbioma tem um papel fundamental.  Estudos recentes apontam para um potencial futuro na compreensão do papel do microbioma na incidência e no desenvolvimento da doença no individuo. ‘Quando estudamos a doença, estamos a ir à ponta do iceberg. ‘O microbioma é a árvore. Deixem a floresta.’

Lembranças na hora de adeus

A entrega deste prémio já tem história, são 29 anos a distinguir e a incentivar os melhores a prosseguir o caminho e a dar o exemplo. Este ano, foi o ultimo do professor Melo Cristino enquanto jurado. Para o ano, garante estar na plateia. Como forma de agradecimento, foi-lhe oferecida uma lembrança da Fundação Professor francisco Pulido Valente. Outra lembrança foi também oferecida ao Professor Sobrinho Simões que se deslocou de propósito do Porto, mas que garantiu ter muito gosto em estar presente, uma vez que não é grande apologista das participações on-line, que este evento permitia. 

homens em pé

 

Melhor aluno Módulo V.II de Medicina interna do MIM distinguido

 

Por fim e, não menos importante, foi a vez dar destaque à razão de ser da cerimónia. Foi chamado a receber o prémio o jovem estudante de medicina, Carlos André Justino Fernandes natural dos Açores e que estava visivelmente satisfeito. Embora não esperasse receber o prémio, “porque tenho muitos colegas que têm igualmente boas notas, fique muito contente. Sabia da existência do prémio, mas não pensei algum dia estar neste lugar.”

O Prémio reconhece o melhor aluno da cadeira no Módulo V.II de Medicina interna do MIM, a mais parecida atualmente com a disciplina dada pelo Professor Francisco Pulido Valente e para além da distinção há ainda um prémio em dinheiro. “Não abri ainda a pasta e não sei o que aqui está dentro, mas quanto ao valor monetário, 3 mil euros, vou poupar para um investimento futuro.’ Para já a prioridade é acabar o curso.