Ensaios clínicos com plasma de doentes recuperados da Covid-19 arrancam este mês
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Apesar da terapêutica não se adequar a todos os doentes, os resultados são promissores em ensaios na China e em Itália. Por cá, está para breve o início dos ensaios clínicos com plasma de sangue de doentes recuperados da Covid-19, que irão ter lugar em 10 unidades distribuídas pelo país.

O anúncio foi feito pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) depois da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, divulgar recentemente a criação de uma "task force" nacional para realizar um ensaio clínico alargado, a fim de perceber se o uso de plasma humano é seguro no tratamento da infeção pelo novo coronavírus. “Não só os três Centros de Sangue e Transplantação do IPST - Lisboa, Porto e Coimbra - realizarão esta colheita, como também três serviços de imuno-hemoterapia na região Norte, um na região Centro e três na região Sul”, afirmou a presidente do Conselho Diretivo do IPST, Maria Antónia Escoval, em resposta enviada à Lusa, de acordo com a Renascença.

Sobre os riscos associados à transfusão de plasma convalescente para doentes com Covid-19, a presidente do Conselho Diretivo do IPST afirma que “os benefícios parecem superar os riscos” e que a minimização destes riscos “está associada à seleção dos dadores”, cita a SIC Notícias numa publicação que pode consultar aqui.

O Pneumologista Filipe Froes encara a utilização de plasma de doentes recuperados da Covid-19 como um “passo intermédio” até à vacina. A Professora da FMUL Ana Espada de Sousa, na qualidade de diretora do Laboratório de Imunologia Clínica do iMM afirmou à Lusa que, esse recurso "nunca será uma terapêutica para todos os doentes", explicando que “são os doentes moderados ou graves e não os extremamente graves [a receber o tratamento com plasma], porque nesses casos poderá já haver uma deterioração de outros processos a contribuir para a doença e que não seja tanto por ação direta do vírus”.

Estão, também, envolvidos no lançamento dos ensaios clínicos com plasma o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e o Infarmed.