“Devemos agir não com o receio de sermos infetados, mas com a noção de que podemos infetar os outros”
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mulher fala ao publico

 

O programa Fronteiras XXI, uma parceria RTP e Fundação Francisco Manuel dos Santos, contou com a participação especial da Professora e Diretora do iMM, Maria Mota que falou sobre o que sabe a Ciência e o que foi feito até ao momento quanto ao novo coronavírus, que aprendizagens resultaram da pandemia de Covid-19 e como podem as pessoas protegerem-se, em virtude de um regresso seguro e sereno à vida social e profissional.

A entrevista começou com a certeza de que o SARS-CoV-2 veio para ficar. “Isto não vai terminar tão cedo. Este vírus veio para se tornar, provavelmente, endémico e fazer parte da nossa vida. O que nós queremos é que, o mais rapidamente possivelmente, não haja um risco das pessoas morrerem com este coronavírus”, o que ainda vai demorar bastante tempo, afiança.

Revelou que, até à data, os cientistas em todo o mundo ainda não conseguiram criar uma vacina “muito eficiente” contra os coronavírus, o que não significa que não possa mudar-se o rumo da história com o SARS-CoV-2. No entanto, a Ciência não oferece quaisquer garantias para o sucesso da tão almejada vacina.

Sobre a perceção do risco de contágio e infeção na sociedade, Maria Mota frisou que “devemos agir não com o receio de sermos infetados, mas com a noção de que podemos infetar os outros”, reforçando que “o uso de máscaras nesta fase é essencial”, bem como o distanciamento mínimo de dois metros.

De acordo com a Professora, está na hora de “respeitarmos o risco” que existe à nossa volta, sem no entanto deixarmos que este nos paralise, sublinhando que a comunidade científica já detém muito conhecimento sobre este novo coronavírus e a capacidade de testagem em Portugal é bastante elevada. “Temos todas as ferramentas para fazer uma abertura lenta mas, como em qualquer experiência, não podemos fazer tudo de uma vez”, frisou, acrescentando que “se as pessoas respeitarem aquilo que lhes é pedido temos mais probabilidade de correr bem do que correr mal”.

Maria Mota reconhece, ainda, que a circunstância atual em virtude da pandemia é uma oportunidade positiva para a reflexão sobre a diminuição da pegada ecológica num planeta que continua ameaçado pelo Homem.

Saiba mais e veja aqui o debate televisivo “Viver com o Vírus”, que contou também com as participações do economista Sérgio Rebelo, do cientista David Marçal e da psicóloga social, Maria Luísa Lima.

 

a imagem da jornalista e dos restantes participantes desta entrevista