O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) assinou hoje um protocolo com o consórcio norte-americano START para a criação no Hospital de Santa Maria de um centro de ensaios clínicos de fase 1 em Oncologia. Estes ensaios clínicos são responsáveis por identificar a segurança e os sinais de eficácia dos novos tratamentos numa fase muito precoce da experimentação em humanos e este será o primeiro centro a fazê-lo de forma sistemática no nosso país.
O START (South Texas Accelerated Research Therapeutics) é um consórcio internacional que tem centros no Texas, Michigan e Utah, nos Estados Unidos da América, e dois centros em Madrid, constituindo o maior centro associado para ensaios de fase 1 a nível mundial. Neste acordo, faz ainda parte a construção de um novo espaço que acolherá as instalações definitivas do START-Lisboa, próximo do Serviço de Oncologia Médica e do Serviço de Radioterapia.
"O grupo START verificou a capacidade e a qualidade das equipas do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte em acolher uma unidade de ensaios para fase 1 e o potencial de interação científica com o Instituto de Medicina Molecular e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, no âmbito do Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML)”, concluiu Luís Costa, Diretor do Centro de Investigação Clínica do CAML e Diretor do Serviço de Oncologia do CHULN.
O centro, com início de funcionamento previsto para setembro, prevê que possa incluir cerca de 200 doentes por ano em ensaios clínicos.
António Lacerda Sales, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, abriu a sessão e afirmou que Portugal prepara-se para o futuro com o novo regulamento de ensaios clínicos, acrescentando que, “só podemos almejar um progresso sustentável se construirmos as pontes principais com parcerias como esta”. Realçou ainda que, “as unidades hospitalares devem olhar para os ensaios clínicos com uma atenção redobrada”.
“A seleção de centros para investigação nesta fase é, por isso, extremamente criteriosa por parte dos detentores dos potenciais novos medicamentos”, explicou Luís Costa, acrescentando ainda que, “por outro lado, para os doentes que já não têm alternativas terapêuticas de acordo com o estado da arte médica, os ensaios de fase 1 são uma oportunidade para eventualmente colherem algum benefício de terapêuticas completamente novas”.
Daniel Ferro, presidente do Conselho de Administração do CHULN e do Centro Académico de Medicina de Lisboa, reforçou que “esta é mais uma prova da diferenciação clínica e científica do CAML e da sua capacidade em atrair grandes projetos internacionais”.
Nesta sessão, estiveram ainda presentes Lon S. Smith, C.E.O da START Center for Cancer Care; João Eurico da Fonseca, Vice-Diretor do Centro de Investigação Clínica do CAML e Diretor do Serviço de Reumatologia do CHULN.